Saiba como está o imbróglio eleitoral nos EUA

Brás Oscar e Ivan Kleber fazem um retrato da apuração nos estados-chave para a escolha do próximo ocupante da Casa Branca. O embate Trump-Biden ainda está longe do fim





O processo eleitoral mais importante do mundo, do ponto de vista da geopolítica, ainda está longe do fim. Apesar de a velha mídia tentar cravar uma vitória do democrata Joe Biden a todo o custo, os fatos nos mostram outro cenário: uma eleição repleta de incidentes bizarros, com indícios mais que suficientes para qualquer pessoa comprometida com a verdade esperar que haja uma investigação das fraudes apontadas pela equipe de advogados de Donald Trump.

Diante de escândalos como votos de pessoas já falecidas e denúncias de fraudes do sistema de voto pelo correio feitas por pessoas ligadas ao próprio sistema postal, uma equipe jurídica liderada por Rudolph Giuliani, ex-prefeito de Nova York e advogado, iniciou uma disputa que, no momento já abrange seis estados.

Vários desses estados estão em processos de recontagem e já encontraram diferenças brutais entre o primeiro e o segundo resultado de condados já totalmente apurados. Um fator que poderia explicar isso, além da possível corrupção no processo do manuseio das cédulas, é o uso de um sistema de contagem informatizada em vários estados; este sistema foi desenvolvido pelo grupo Smartmatic, empresa de tecnologia ligada a consórcios que já operaram em outras eleições de outros países envolvidos também em suspeitas de fraudes.

Cada estado precisa certificar seu resultado, através de suas comissões eleitorais, até o dia 8 de dezembro, para que os delegados dos colégios eleitorais possam votar no dia 14 de dezembro e, aí sim, definirem o vencedor do pleito. Entretanto, é legalmente possível que uma comissão se declare impossibilitada de certificar o resultado de seu estado alegando suspeita sobre a lisura do processo. No caso de mais de um estado recusar-se a certificar o resultado, e nenhum candidato, consequentemente, atingir o número de 270 votos no Colégio Eleitoral, quem vota não são os delegados, mas a Casa dos Representantes dos Estados Unidos.

Tal cenário é o pesadelo dos democratas, pois o Partido Republicano tem a maioria na bancada tanto da Casa dos Representantes quando no Senado, a quem caberia a escolha do vice. Se as eleições chegarem a esse ponto, a vitória de Donald Trump seria quase certa.

No momento, essa é a situação em cada Estado que está em disputa judicial

Arizona
Apesar de haver menos indícios de fraude neste estado em relação aos demais, a equipe jurídica de Trump entrou, no dia 18 de novembro, com um pedido de recontagem de votos que provavelmente será atendido. O pedido é para que a contagem seja manual, descartando o uso das máquinas de contagem de cédulas. O Arizona tem 11 votos no Colégio Eleitoral.

Georgia
Este estado vale 16 votos no Colégio Eleitoral e já está em processo de recontagem manual, porém sem divulgação das parciais. Já sabemos, entretanto, que em 3 pequenos condados foi encontrada uma discrepância de 2.400 votos em relação ao resultado anteriormente divulgado. Segundo David Shafer, o Presidente Estadual do Partido Republicano na Georgia, “Um de nossos monitores descobriu um erro de 9.626 votos na contagem de mãos do Condado de DeKalb. Um lote foi rotulado com 10.707 votos para Biden e 13 para Trump ― uma margem improvável mesmo para os padrões DeKalb. A contagem real para o lote foi 1.081 para Biden e 13 para Trump.”  Resta saber de onde vieram os 9.626 a mais para o candidato democrata. Se este padrão de discrepância entre as contagens se repetir em vários condados, há a probabilidade de a comissão eleitoral não certificar o resultado da eleição no estado.


Michigan
Até a madrugada do dia 19 de novembro, o quadro que tínhamos para o Michigan, estado que vale 16 votos no Colégio Eleitoral  e estava em processo de recontagem, era o seguinte: a comissão estadual que certifica o resultados das eleições informou ter encontrado muitas discrepâncias entre a primeira e a segunda contagem ― o condado de Wayne, por exemplo, tinha mais votos que o número total de eleitores registrados. Porém, a secretária de estado Jocelyn Benson, filiada ao Partido Democrata, articulou que não iria “bater o martelo” sobre ter ou não condições de certificar o resultado das eleições em seu estado, e em troca, ela ofereceria uma auditoria completa. Com isso, Benson poderia influenciar demais Estados, como a Georgia, a fazerem o mesmo: abdicarem da posição de não certificar.

Entretanto, pela manhã de hoje, 19 de novembro, tivemos a informação de que dois membros republicanos da Comissão Eleitoral Estadual, que tiveram suas famílias ameaçadas por membros democratas da mesma comissão, disseram que não certificarão o resultado. Deste modo, a secretária de Estado não terá a maioria necessária para confirmar sua proposta de auditoria e consequente certificação do resultado. Deste modo, é quase certo que o estado do Michigan ficará “em branco”, fazendo Joe Biden perder 16 votos do Colégio Eleitoral.


Nevada
Neste estado, que tem 6 votos no Colégio Eleitoral, já foram descartados 25.500 votos no Condado de Clark, conforme informação de Adam Paul Laxalt, co-chefe de campanha dos Republicanos em Nevada. A comissão disse não poder certificar tais votos devido a discrepância entre o primeiro e segundo resultado da contagem. Dos 25.500 votos descartados, cerca de 70% eram para Joe Biden. Há ainda uma denuncia do Partido Republicano de Nevada de que pessoas da Califórnia foram votar no Nevada, no condado de Reno. Estas pessoas seriam sem-teto californianos registrados ilegalmente como moradores de Reno.


Pensilvânia
Um dos principais campos de batalha, com 20 votos no Colégio Eleitoral. A Pensilvânia foi um dos primeiros Estados a ter seu resultado judicializado pelos advogados dos Republicanos. No dia 17 de novembro, a Suprema Corte Estadual, em um placar de 5 x 2, deu perda de causa a Trump, que pedia a exclusão dos votos que chegaram pelos correios após as 20 horas, mas a derrota já era esperada. Tal etapa era necessária para, agora, levar o caso à Suprema Corte Federal, onde Trump tem chance de ganhar por 6x3 ou 5x4. O processo deve chegar à última instância até sexta, 20 de novembro, e os juízes devem se pronunciar em cerca de 7 dias. Outro fator que será levado à Suprema Corte é a lista de aproximadamente 21.000 mortos que votaram na Pensilvânia, catalogada por Rudolph Giuliani, além de uma série de irregularidades em outros votos, de acordo com Giuliani e testemunhas, como a falta de conferência de assinatura do eleitor em vários locais de votação.


Wisconsin
Neste Estado, com 10 votos no Colégio Eleitoral, Trump conseguiu judicialmente que fosse feita a recontagem manual das cédulas, mas o Partido Democrata estava brigando para impedir que o processo seja manual, exigindo que se utilizasse o sistema eletrônico, porém, nesta madrugada, membros da comissão do Partido republicano conseguiram vencer esta queda de braço e a ordem judicial será cumprida. Há denuncias que mostram vários condados com mais votos que eleitores registrados.

Para quem perdeu os capítulos anteriores desta que é a eleição mais disputada da história dos Estados Unidos, recomendamos este vídeo do Canal PHVox com explicações detalhadas de cada parte do processo eleitoral americano.

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